sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A família Adams e eu

Se há uma coisa que me deprime é um blog abandonado. Mas gente, dá um desconto aí, vá? São as recaídas!

Tem coisa pior que culpa porque tem gente supermal, doente mesmo, porque tem gente presa injustamente, tem criança abandonada no mundo (quando é criança doente, então, só falta eu morrer), tem gente que acabou de perder gente da família, amigos etc.... Chega. Ta aí uma coisa que me deprime. Eu me sinto culpada pela desgraça do mundo. Pronto, falei. Mas sabe por que? Porque quem menos ta sofrendo sou eu, e ainda insistem em dizer que eu tou doente.

Só porque eu ando com aquela nuvem da família Adams pousada sobre a minha cabeça.

Cada uma...


Imagem surrupiada de

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Se há uma coisa que me deprime é a minha mãe encher de ovos as mãos, braços e tudo que é canto pra depois berrar: " TEREZAAAAAA! CORRE AQUI, DEPRESSA, ABRE A PORTA DA GELADEIRA!"


Só isso.

E isso é péssimo.

sábado, 2 de janeiro de 2010

FELIZ ANO NOVO!

Se há uma coisa que me deprime é eu ter passado o Natal naquela preguiça própria da depressão, cheia de idéias que não se consegue colocar em prática pelo simples motivo de que não se consegue mover uma única palha pra fazer coisa nenhuma.


Com isso, deixei um grande buraco no blog, justamente na data da celebração do nascimento entre nós, mortais, daquele a quem mais amo na vida: Deus! Noite feliz como nunca a terra há de ter novamente. Deus se fez homem e esteve entre nós.

Agora tem o seguinte: se há uma coisa que me deprime é o povo que diz que acredita em Deus, que Ele é Todo-Poderoso, mas desconfia da virgindade de Maria, a obra-prima daquele que é Santo, que a criou justamente para ser o vaso sem mácula do Filho de Deus.

Uma pobre garotinha virgem, recém saída da puberdade, que havia prometido a sua virgindade a Deus e, no entanto, estava comprometida pelo contrato de casamento com José.

Como é que alguém pode dizer que acredita na existência de Deus e não acredita no Poder (o Poder Dele, que é o criador de todas as coisas) de fazer uma virgem conceber pela ação do Espírito Santo?

É péssimo isso.

E assim como Deus tem o poder absoluto sobre nós, sobre a nossa vida e sobre a nossa morte, justamente porque foi Ele quem nos criou, também da mesma forma, cada vez que festejamos um novo ano temos de dar Graças a Deus por termos chegado aqui. Foi Ele quem quis assim. Foi Ele quem quis que fosse diferente para tantas outras pessoas que não conseguiram ver 2010 amanhecer.

Feliz ano novo para nós que ainda estamos aqui porque temos muito o que aprender ainda. E que Deus nos dê o tempo necessário para amá-Lo, adorá-Lo e glorificá-Lo antes daquele momento fatídico em que Ele nos chama de volta à sua casa.

Se há uma coisa que tem poder absoluto sobre os meus momentos de depressão, é o terço, esse bálsamo da alma que cura o corpo.


Como vocês podem perceber, continuo com preguiça. Mas vai passar, segundo a psiquiatra. Tenho mó fé nela também.

Esqueci de dizer que a imagem anterior foi surrupiada de um português, eu acho. Vão lá pra ver se ta certo.



Que a Sagrada Família abençoe e seja exemplo para todas as famílias do mundo.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O MELHOR TRATAMENTO É A TURMA DA MÔNICA

Se há uma coisa que me deprime é uma pessoa que não sabe rir de si mesma.

Ta, a gente tem coisas ruins por dentro e que se expressam por fora, no olhar, no semblante, sei lá. Mas a gente tem que saber rir até dos momentos difíceis. Epa! Não me confundam com a Pollyanna, senão vou ter recaída séria.

É que outro dia uma leitora conversou comigo por e-mail e me disse umas coisas tipo que eu estava achincalhando as pessoas que estão doentes e que os que não estão doentes não têm o mínimo interesse no blog.

Ela tem razão em parte.

Os que não estão doentes não têm mesmo interesse nenhum no blog, a menos que estejamos falando de pessoas da família dos que se encontram em depressão. Mas essas pessoas também sabem escolher o que querem ler. Uai!

No que diz respeito às pessoas deprimidas, é claro que isto pode ser um espelho! Se eu, 100 anos atrás, tivesse lido alguma coisa que alguém tivesse escrito sobre como lidar com a depressão de um modo diferente que não aquele trááááááágico.... terrrrrível acontecimento familiar em que as pessoas choooooorammmmm... Ou o que é pior, aquele acontecimento familiar em que as pessoas simplesmente ignoram o doente (e eu chamo doente mesmo, porque é a palavra certa apesar dos inúmeros sinônimos politicamente corretos), eu teria, com toda a certeza, feito o que fez Camilo Castelo Branco. Não era assim que se viam as depressões? Vamos falar às claras?

Mas como vivo numa era de remédios, descobertas científicas magníficas sobre as coisas do cérebro, do ser humano, do fígado, dos intestinos, dos dedinhos etc., resolvi não sentir dor nenhuma e, por isso, procurei a minha psiquiatra maravilhosa.
E o que ela me disse é que, em primeiro lugar, devemos rir de nós mesmos. Isso não quer dizer disfarçar a dor. A dor está lá, continua lá, precisamos dissecá-la, olhá-la de frente, e passar pelo rolo compressor da vida para renascer.

Isso não quer dizer que enquanto o rolo compressor atinge o pé não faz cócegas, que na perna faz uma espécie de cãibra. Dali pra frente, a partir das coxas, começa a doer,e muito.

Mas quem foi que falou que eu ainda não estou na fase das cócegas?

Os mais avançados que me perdoem, mas ainda sou iniciante nesse negócio de início de tratamento de depressão antiga.

E para os que acham que estou achincalhando a tragédia alheia, sugiro uma sessão de gibi da turma da Mônica. ´




A imagem foi surrupiada (cá pra nós, Papai Noel não existe, não ganhei a minha câmera), Maurício de Souza, claro!

domingo, 27 de dezembro de 2009

ESTE EU DEVERIA TER POSTADO NO DIA 23

Não vou perder meu tempo falando do stress das compras de Natal. Disso, todo mundo vive esse mesmo horror todos os anos.

O que tenho a dizer hoje é que o ser humano tem a capacidade extraordinária de se adaptar às situações as mais bizarras. Por exemplo, a convivência com minha mãe de 190 anos exigiu de mim coisas inusitadas. Foi difícil no início, porém tenho hoje total controle sobre a comunicação verbal com ela.

É que a minha mãezinha não se faz de rogada nem um milímetro para substituir por outra a palavra da qual se esqueceu – e ela se esquece de tudo. Assim, juntando um pouco de mímica, leitura corporal, algum bom senso e muita oração, conseguimos nos entender perfeitamente.

Já sei, por exemplo, que relógio é, na verdade, o telefone celular e que quando ela quer saber as horas, pede pra dar uma olhada na panela da sala.

Acontece que ela resolveu cozinhar neste Natal. Minha mãe na cozinha pra fazer um mero ovo quente já é um caso de polícia. Imaginem toda uma ceia de Natal feita por ela. E auxiliada por mim, claro, porque nos últimos tempos ela me confunde ora com a irmã, ora com um valete, ora com um obstáculo qualquer.

Primeiro a lista de compras para a ceia. Escreve aí, ela ditou para o Valete (eu):

- Vinho branco, cerveja, vinho tinto...

É interessante como ela não troca nome de bebida alcoólica nenhuma. Continuando:

- Aquele negócio que dá sapinho (anotei Coca-cola), banha (anotei farinha de trigo), advogado (escrevi laranja), mosquiteiro (coloquei lá frango defumado). E assim por diante, fizemos uma boa lista sem dificuldade nenhuma.

Depois veio a pior fase pra mim. A fase dos “Maria Santíssima, onde foi que eu pus a berinjela?” (Só Nossa Senhora pra entender que ela estava procurando pela forma de bolo) e dos “ Jesus me dê paciência, ainda preciso bater as covas no ventilador!” (Deus sabe que ela precisava bater as claras na batedeira).

Para encurtar a conversa, vou direto ao ponto. Minha recaída se deu em duas fases, iniciando quando ela me mandou “pegar a negoça, enfiar no ar condicionado, e ir buscar o computador, senão morria de calor”. Obedeci. Peguei o arroz, coloquei no forno de microondas, e fui buscar o ventilador para colocar na cozinha.

A questão é que isso não me deprime muito, é o imenso amor que eu tenho pela minha mãezinha. O problema é quando ela percebe que me pediu barbante de cobrir torta e eu lhe dei o chantilly. Ahá, Misericórdia! Teima que te teima, viu? Acabei dando-lhe o rolo de barbante, que ela pegou e, perplexa, não sabia por que eu havia lhe dado uma coisa tão inútil. Aí eu me entupo de cloxazolam.

A imagem foi surrupiada de SINGRAFS

PEDIDO DE DESCULPAS


Peço desculpas aos incansáveis e perseverantes visitantes deste blog por ter ficado tanto tempo sem atualizá-lo. Foi apenas uma recaída. Preguiça de postar, coisas da depressão. Mas agora estou de volta, espero que me perdoem e vou colocar os textos que deveriam ter sido postados nesses últimos dias, tá?
Agradeço a compreensão.

A foto foi surrupiada de André Rebouças