terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O MELHOR TRATAMENTO É A TURMA DA MÔNICA

Se há uma coisa que me deprime é uma pessoa que não sabe rir de si mesma.

Ta, a gente tem coisas ruins por dentro e que se expressam por fora, no olhar, no semblante, sei lá. Mas a gente tem que saber rir até dos momentos difíceis. Epa! Não me confundam com a Pollyanna, senão vou ter recaída séria.

É que outro dia uma leitora conversou comigo por e-mail e me disse umas coisas tipo que eu estava achincalhando as pessoas que estão doentes e que os que não estão doentes não têm o mínimo interesse no blog.

Ela tem razão em parte.

Os que não estão doentes não têm mesmo interesse nenhum no blog, a menos que estejamos falando de pessoas da família dos que se encontram em depressão. Mas essas pessoas também sabem escolher o que querem ler. Uai!

No que diz respeito às pessoas deprimidas, é claro que isto pode ser um espelho! Se eu, 100 anos atrás, tivesse lido alguma coisa que alguém tivesse escrito sobre como lidar com a depressão de um modo diferente que não aquele trááááááágico.... terrrrrível acontecimento familiar em que as pessoas choooooorammmmm... Ou o que é pior, aquele acontecimento familiar em que as pessoas simplesmente ignoram o doente (e eu chamo doente mesmo, porque é a palavra certa apesar dos inúmeros sinônimos politicamente corretos), eu teria, com toda a certeza, feito o que fez Camilo Castelo Branco. Não era assim que se viam as depressões? Vamos falar às claras?

Mas como vivo numa era de remédios, descobertas científicas magníficas sobre as coisas do cérebro, do ser humano, do fígado, dos intestinos, dos dedinhos etc., resolvi não sentir dor nenhuma e, por isso, procurei a minha psiquiatra maravilhosa.
E o que ela me disse é que, em primeiro lugar, devemos rir de nós mesmos. Isso não quer dizer disfarçar a dor. A dor está lá, continua lá, precisamos dissecá-la, olhá-la de frente, e passar pelo rolo compressor da vida para renascer.

Isso não quer dizer que enquanto o rolo compressor atinge o pé não faz cócegas, que na perna faz uma espécie de cãibra. Dali pra frente, a partir das coxas, começa a doer,e muito.

Mas quem foi que falou que eu ainda não estou na fase das cócegas?

Os mais avançados que me perdoem, mas ainda sou iniciante nesse negócio de início de tratamento de depressão antiga.

E para os que acham que estou achincalhando a tragédia alheia, sugiro uma sessão de gibi da turma da Mônica. ´




A imagem foi surrupiada (cá pra nós, Papai Noel não existe, não ganhei a minha câmera), Maurício de Souza, claro!